Ainda há quem mate e morra por dinheiro
Mas se é para idolatrar o papel
Eu prefiro que ele esteja em branco
Pra eu poder imprimir o que meus olhos vêem
O que meu coração pensa
O que meus neurônios sentem

Ainda há quem acredite que o amor é somente beleza
Mas esquecem-se que ainda se faz guerra em nome do amor
Tornaram o amor tão rubro quanto o sangue
E não mais se faz amor
Eu prefiro o amor colorido
Que a todos ama e por todos é amado
Que se justifica sem ter respostas

Ainda há quem somente pensa no que deu errado
Mas esquecem se que o erro é precedido pela esperança do acerto
Esquecem-se que essa esperança não morre
Perdem o que ainda há de bom dentro de si
Vivem a se lamentar pelo que não deu certo
Eu prefiro o tentar
O morrer tentando
O nunca se acomodar

Ainda há quem acredite que o mundo mudou
Mas esquecem-se que quem muda são eles
Fazem o mundo instável
Perdem a certeza das pequenas coisas
A surpresa se torna sempre assustadora
As mudanças sempre são pra pior
Eu preferia que se transformasse sempre na mesma coisa
Ser o sonho do que será um dia
Ser por um dia o sonho do que será